O azeite tem aromas e sabores característicos que o distingue de outros óleos vegetais comestíveis. Esses aromas e sabores são resultado da complexa interação entre dois tipos de compostos orgânicos: os fenólicos, que trazem o amargo e picante, e os voláteis que influenciam nos demais aromas e sabores.
Os Compostos Voláteis
Os compostos voláteis são responsáveis pelos aromas e sabores do azeite. São conhecidos mais de uma centena deles e variam conforme o tipo de azeitona.
Mais de 180 aromas diferentes compostos voláteis foram identificados na azeitona. A associação entre esses voláteis atribuem aos azeites produzidos características sensórias bastante distintas, ou seja, mesmo em locais próximos os azeites nunca são iguais.
Os sabores e aromas podem variar de tons verdes de ervas, ao de nozes, legumes ou frutas verdes, maduras ou secas.
A formação desses compostos orgânicos começa no momento da formação das células e sofrem grande influência do solo, clima, tipo de cultivo, grau de amadurecimento do fruto.
Por serem orgânicos sofrem também influência do processo da colheita e processamento da azeitona.
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Os Compostos Fenólicos
Os compostos fenólicos afetam também o sabor, tornando o azeite amargo e picante em diferentes escalas conforme a variedade e influencias do terroir e processo produtivo.
Os compostos fenólicos sofrem uma complexa interação entre si derivando novos compostos. Os principais são o tirosol e O hidroxitirosol e os seus derivados, oleuperina e oleocanthal.
Esses compostos são responsáveis também pela estabilidade do azeite produzido evitando a oxidação.
Além de antioxidantes os compostos fenólicos possuem propriedades anti-inflamatórias e estudos científicos comprovam diversos benefícios à saúde com o seu consumo regular.
Os polifenóis, como os voláteis sofrem grande influência do solo, clima e tipo de cultivo, grau de amadurecimento do fruto, processo da colheita e processamento da azeitona.
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A Classificação dos azeites de acordo com os aromas e sabores
Como resultado da presença dos diferentes voláteis e polifenóis, um azeite produzido pode estar em uma das seguintes categorias:
- Azeite de oliva frutado verde intenso: amargo e picante, alto teor de polifenóis, colhido precocemente.
- frutado verde médio: medianamente amargo e picante, colheita intermediaria, presença média de polifenóis.
- frutado maduro: pouco amargo e picante, pouca presença de polifenóis, colheitas tardias.
Análises quimicas e sensoriais dos compostos voláteis e fenólicos
O azeite produzido pode ser analisado quimicamente em relação ao teor de voláteis e polifenóis. Pelo resultado da análise será obtido o perfil dos compostos presentes permitindo identificar a variedade, o grau de pureza (mistura com outros óleos) e a qualidade do produto em si.
Mas somente a prova sensorial (degustação) irá determinar a qualidade final dos aromas e sabores e os possíveis defeitos.
Os defeitos do azeite
Como citado, o azeite produzido com azeitonas improprias ou com processos de colheita e produção inadequados , afetará os voláteis que trarão ao azeite aromas e sabores desagradáveis, tal como ranço ou gostos avinagrados ou amadeirados.
Conclusão
Os sabores e aromas do azeite são resultado da presença de compostos voláteis e fenólicos.
O perfil de cada azeite será resultado da variedade, do clima, solo, cultivo, maturação, processo de colheita e extração do azeite.
O resultado final será um produtos com aromas e sabores perfeitos variando do frutado verde intenso ao frutado maduro.
O resultado poderá ter também defeitos sensoriais devido a futos imperfeitos ou a processos inadequados.
Pesquisa e edição: Cantinho do azeite
foto: edição a partir de original pixabay
muito esclarecedor. Pretendo me aprofundar mais no assunto. inclusive, na minha viagem ao Porto/PT, próxima semana.
Muito obrigado por participar Eduardo
boa viagem